
As melhores práticas de Gestão nas Pequenas e Médias Empresas
O crescimento, os riscos e a competitividade tem exigido, cada vez mais, uma maior capacitação de Gestão por parte das Empresas, de qualquer tamanho.
Entenda-se por capacitação de Gestão, a aplicação de uma série de melhores práticas hoje muito bem aplicadas nas maiores organizações nacionais e internacionais. A demanda estável, as margens de lucro reduzidas, a tributação excessiva, exigem uma Gestão cada vez mais eficiente. E aí vem a pergunta: é possível implementar estas melhores práticas nas pequenas e médias Empresas ?
A resposta parece óbvia: claro que sim!
Empresas familiares, pequenas e médias, começam a abrir estas oportunidades permitindo que experientes profissionais do mercado, formal ou informalmente, participem da Gestão. Com dois, três ou até quatro dias mensais dedicados a essa tarefa, com custos acessíveis, é possível praticar modelos de Gestão de grandes corporações. O foco é a busca ou aumento da Rentabilidade, através da aplicação dessas práticas já experimentadas em grandes organizações.
A estruturação da Gestão permite controles que levem ao domínio de todas as informações gerencias, identificando a situação atual e projetando a melhoria dos resultados. Entre os processos de implantação estão o Plano Anual de Negócios, a análise mensal dos resultados, a projeção e execução de um Orçamento rígido, o Fluxo de Caixa e as oportunidades de expansão comercial e melhoria de margens.
Além disso, outras práticas recomendadas envolvem a relação familiar e societária, como a criação de um Conselho de Família e o treinamento ou “coaching“ com os herdeiros. Até porque nem todos os Herdeiros serão Sucessores na Empresa.
Hermes Ghidini
O e-commerce e a fábula do Rei nu
Para voltar a lucrar, varejo on-line terá de cortar excessos
Por Hermes Ghidini*
O extraordinário desempenho das vendas pela internet tem sido festejado por analistas de mercado, executivos de mercado e publicações em geral. No Portal AMANHÃ, por exemplo, o empreendedor Rafael Cordeiro escreveu um artigo onde alertava sobre a necessidade do varejo se reinventar (leia o texto aqui). O articulista comentou, também, o crescimento previsto de 15% para as vendas do e-commerce neste ano. Tudo muito certo e tudo crível. Consumidores – eu inclusive – que procuram livros, eletrônicos, vestuário, artigos esportivos, etc estão utilizando esse ótimo canal para adquirir produtos com preços extraordinariamente favoráveis, dada a forte competição existente.
No entanto, tenho percebido pouquíssimos comentários, para não dizer nenhum, sobre o lucro das empresas que operam na Internet. Com raríssimas exceções, e tirando os sites de venda de usados como o Mercado Livre, Desapega e similares, dos quais não temos os resultados publicados, todos os demais estão apresentando prejuízos ano após ano. Não se vê na última linha das demonstrações financeiras o azul – desde a B2W [que reúne o Shoptime, Submarino e Americanas.com], passando pela Nova.com [da Via Varejo cujo guarda-chuva abriga as marcas Casas Bahia e Ponto Frio], Magazine Luiza e Netshoes, por exemplo.
A B2W, maior grupo de e-commerce brasileiro, faturou R$ 10 bilhões no ano passado, porém obteve mais de R$ 300 milhões de prejuízo. A dura realidade da gigante do varejo on-line e de seus concorrentes dá margem para uma comparação, infelizmente, desanimadora. Parece a fábula do Rei que pensa vestir roupas invisíveis e, dessa forma, acha que está muito bonito. No entanto, mal sabe que está nu. A faixa que encobre os olhos será desatada quando uma inocente criança aponta o dedo para o majestoso personagem cair em si.
Nos últimos anos, as margens estão muito deprimidas em todos os segmentos. Para piorar, a queda da economia somada ao aumento dos custos como energia, além dos impostos, estão fazendo com que muitas empresas façam de tudo para gerar receita e cumprir com o pagamento de necessidades básicas. Essa é a principal razão das ofertas agressivas anunciadas pelo e-commerce no Brasil. Conceder parcelamento em até dez leves prestações e frete gratuito são ações comuns protagonizadas pelo varejo on-line. No entanto, para ter lucro, o e-commerce deve cortar excessos como esses. O ideal seria oferecer parcelamento sem juros em até quatro vezes e, ainda, cobrar a entrega. Nada impede, também, de rever a margem.
Aliás, os consumidores em geral não fazem ideia da baixa margem de lucro praticada pelo comércio brasileiro. Nos celulares, por exemplo, o mark-up [termo que indica quanto do preço do produto está acima do seu custo de produção e distribuição] gira em 20 ou 30%. Nos eletrônicos, chega em 40%, no máximo. Ou seja, um televisor que custa R$ 1 mil no fornecedor é vendido na loja, no máximo, por R$ 1,3 mil. Muita gente acha que o lojista dobra o valor inicial, mas isso não passa de um mito. O acirramento da concorrência tem, é verdade, presenteado o brasileiro com ótimos preços, mas a disputa não pode servir como desculpa para o empresário abrir mão de algo tão essencial como a margem de lucro para a vitalidade do negócio. Se assim continuar, o e-commerce nacional está fadado a seguir nu e de olhos vendados.
*Sócio-diretor da HL Ghidini Consultoria e Conselho de Gestão.
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